sexta-feira, 3 de junho de 2011

Temor por acidente no Japão faz Alemanha planejar fim de energia nuclear até 2022

Milhares de pessoas fizeram protestos
em várias cidades alemãs, exigindo um fim rápido para usar
o país de energia atômica. Milhares de pessoas têm demonstrado por
toda a Alemanha, exigindo um fim rápido para o uso da energia atômica
Por Folhapress

     A Alemanha está prestes a anunciar plano para pôr fim definitivo ao uso de energia nuclear até 2022, no que está sendo chamado no país de uma "virada energética''.  Cerca de 22% da energia produzida no país é de origem nuclear. A mudança começou a ser discutida após o acidente nuclear no Japão.

     Na época, a chanceler (premiê) Angela Merkel ordenou que as sete usinas mais antigas tivessem atividades congeladas por três meses -a moratória vence em 15 de junho. Determinou ainda a criação de duas comissões para avaliar instalações e políticas nucleares. Com base nos resultados, o gabinete apresentará a nova regulação energética, o que deve ocorrer na primeira semana de junho.

    Trata-se de uma reversão da posição da chanceler. Em 2010, após acalorado debate, seu governo decidira prolongar a vida útil das usinas mais antigas. Agora, pesou-lhe o temor de derrota nas próximas eleições estaduais. Em março, após o desastre no Japão, Merkel perdeu o pleito em Baden-Württemberg, que seu partido vinha governando desde 1953.

     A Comissão Ética divulgará na próxima semana suas recomendações. Mas um rascunho do relatório que vazou recomenda o abandono da energia nuclear em dez anos. Já a Comissão de Segurança dos Reatores, após avaliação das 17 usinas, concluiu que, embora não resistam à queda de um avião de grande porte, a situação é boa.

      "A decisão é importante. Mas outras medidas,como expandir a energia renovável, são necessárias'', diz Hans-Joachim Ziesing, analista do Instituto Ecológico, que participa das discussões.  Especialistas estimam que será necessário impulso sem precedente para tornar os recursos renováveis suficientes. E questionam o aumento da participação do gás natural e do carvão no perfil energético, o que resultaria em uma Alemanha "mais suja''.

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